(Texto de um possível futuro livro sobre o Belo e o cotidiano)
O brasileiro se acostumou com a feiúra. Se contentou com o razoável. Pelos recantos deste Brasil, cidades mergulhadas em um caos visual que, não se dando conta o cidadão, impregna no mais profundo da mente humana. Uma arquitetura seca que se espalha pelos bairros, dos mais ricos ao mais pobres, com a máscara de praticidade e simplicidade quando é, de fato, feio e simplório.
Há pouco mais de 50 ou 60 anos, até casas mais simples tinha sua beleza única, é só observar ou lembrar das casas antigas dos bairros e vilarejos. Observe as casas antigas do seu bairro: o muro, os detalhes da porta, o nicho devocional na frente da casa... e não falo das casas das pessoas mais abastadas, falo das casas do povo simples mesmo.
Algo de estranho feriu a beleza que existia no cotidiano. Mas não acredite somente em mim: exorto a observar as casas antigas do seu bairro, se é que ainda estão lá.
Por Ederson Luis Teixeira Pinto - Outubro de 2020
FOTO: Casa na Rua Gen. Isidoro Dias Lopes, Vila Amália, Zona norte de SP, atrás do Burguer King da Av. Parada Pinto. Uma das últimas sobreviventes de uma Vila ao lado do Horto Florestal. Mas compraram o terreno. O próximo enredo, você já sabe...
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